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Estações Utilitárias |
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Além das estações de radiodifusão (broadcasting) e radioamadorismo (ham radio), existe outro tipo de emissora nas ondas curtas: são as chamadas emissões utilitárias, que na verdade congregam diversos tipos de serviços (aeronáuticos, marítimos, fixos, móveis, sinais horários, dentre outros). As emissões se caracterizam por serem tipicamente dirigidas a audiências específicas, transmitindo de forma esporádica, excetuando-se obviamente o serviço de sinal horário. As estações utilitárias não se limitam somente às ondas curtas, estando presentes em diversas partes ao longo do espectro de radiofreqüência, tendo cada serviço uma alocação específica, com seu uso rigidamente controlado (ao contário do serviço de radiodifusão em ondas curtas, onde algumas emissoras transmitem fora das faixas a elas destinadas). Os modos de transmissão utilizados são variados, dependendo do serviço em questão, Para as emissões de radiofonia (sinais de voz) são comuns as transmissões em banda lateral única, em modo LSB ou USB. As emissões de radiotelegrafia utilizam código Morse ou onda contínua (CW - continuous wave). Já as emissões de rádio teletipo (RTTY) e fac-símile são realizadas em modo digital, utilizando variados tipos de modulação: FSK, DPSK, PSK, etc. Para a escuta das estações utilitárias, convém usar um receptor que cubra o espectro de forma corrida. Receptores conhecidos como scanners são os mais apropriados, principalmente pelo fato de em geral cobrirem praticamente todo o espectro de radiofreqüência. Todavia, receptores comumente utilizados para a escuta das ondas curtas, que pelo menos cubram o espectro entre 150 kHz e 30 MHz e disponham de sintonia SSB/CW, podem também ser utilizados. |
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As estações utilitárias podem ser agrupadas em serviços fixos e móveis, a saber:
Eis uma breve descrição dos principais tipos de serviços existentes:
Assim como ocorre com as estações de radiodifusão, as escutas de algumas estações utilitárias podem ser confirmadas por meio de cartas de verificação ou cartões QSL. A maior dificuldade em se obter a confirmação de uma emissão utilitária é não se saber para onde enviar a correspondência, já que o endereço não é divulgado durante as emissões pois, como visto anteriormente, essas emissões são dirigidas a audiências específicas, não sendo exigido um retorno (feedback) de quem as ouve, quanto aà qualidade da recepção. Uma saída é recorrer à Internet, a clubes DX, a publicações especializadas, ou a outros radioescutas na tentativa de se conseguir o endereço de uma dada emissora. Os informes não devem apresentar detalhes do conteúdo escutado, pois as emissões não são destinadas ao público podendo consistir de comunicações de caráter privado ou conter informação reservada (exceção feita às emissões de sinal horário). Inclusive, a legislação vigente na maioria dos países proibe a divulgação de qualquer comunicação que não seja destinada ao público em geral. Apenas os dados básicos devem ser reportados: quem contactou quem, data, hora, freqüência, modo de transmissão. Além disso, deve-se incluir uma descrição detalhada das condições de escuta, sendo utilizado o código RST para avaliar a recepção. Aos iniciantes na radioescuta utilitária, é mais cômodo começar pela escuta das estações de sinal horário. Ao contrário das emissões utilitárias em geral, essas estações não transmitem em caráter privativo ou reservado, sendo suas transmissões dirigidas para todo o mundo, utilizando freqüências fixas e relativamente conhecidas. Além disso, quase todas confirmam informes com cartões QSL. Outro tipo de emissão captada com facilidade é o serviço de NDB ou radiofarol, por consistir tipicamente de transmissões contínuas de simples códigos em CW. |
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