As transmissões de ondas curtas atualmente são realizadas
usando a modulação em amplitude do sinal de áudio.
É sujeita principalmente às variaçòes nas
condições de propagação, desvanecimentos,
ruído atmosférico, dentre outros fatores que degradam
a qualidade da escuta.
A modulação em amplitude, assim como a modulação
em freqüência, é uma técnica analógica, onde
considera-se que as voltagens e correntes de um circuito sejam tratadas como
variáveis contínuas e lineares.
Já em uma técnica digital, as voltagens e correntes do circuito
são convertidas em um de dois estados: "0" ou "1".
De forma geral, técnincas digitais possibilitam o processamento de uma
elevada importância de informação a uma alta velocidade
em uma forma impraticável para técnicas analógicas.
Além disso, as técnicas digitais são muito
mais eficientes do que as técnias analógicas.
Pesquisas para a substituição do atual sistema analógico
de transmissão radiofônica pelo "rádio digital"
têm sido realizadas desde os anos 80.
Todavia, ainda não existe ainda uma tecnologia digital definitiva.
Abaixo, estão listadas algumas das técnicas
de transmissào digital mais relevantes atualmente:
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DAB - Digital Audio Broadcasting:
Este sistema começou a ser projetado em 1981 como um substituto do
sistema de FM analógico, fazendo uso de técnicas sofisticadas
de codificação e correção de erro, além da
"redução de dados" (data reduction).
Contudo, o DAB não chega a representar um considerável
aperfeiçoamento em relação ao FM, principalmente
pelo fato de a redução de dados utilizada degradar a
qualidade do áudio, apresentando uma qualidade inferior
à do áudio de um CD (compact disc).
Uma das maiores vantagens é melhorar a qualidade
da recepção em sistemas móveis,
inclusive não sendo afetado pela interferênciaa causada
por trajetórias múltiplas, muito comum em FM; pelo
contrário, o DAB aproveita-se dessa interferência.
Outra diferença entre o DAB e o FM é a possibilidade de combinar
sinais de diferentes emissoras em um único feixe, um multiplex.
A faixa de freqüências utilizada pelo DAB é
diferente da faixa usada pelo sistema FM analógico.
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DRM - Digital Radio Mondiale:
este sistema, cujo desenvolvimento começou em 1997, foi projetado
como um substituto da modulação em amplitude convencional
utilizada nas ondas longas, médias e curtas.
É usada uma técnica chamada AAC (Advanced Audio Coding),
além da técnica SBR (Spectral Band Replication).
A qualidade de áudio assemelha-se à de uma emissão
monofônica de FM apresentando uma quantidade ligeiramente inferior
de informação de áudio em alta freqüência .
A recepção é totalmente livre de desvanecimentos
(fading) e distorções, utilizando as mesmas
faixas e canais das emissões analógicas,
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WorldSpace:
o desenvolvimento deste sistema iniciou-se em 1990,
tendo iniciado sua operação em 1995.
Ao contrário do DAB e do DRM, o WorldSpace
utiliza satélites para a transmissão dos sinais de áudio;
atualmente, há dois satélites em operação:
AfriStar (cobrindo a África, Oriente Médio, parte da Europa) e
AsiaStar (cobrindo boa parte da Ásia, incluindo China e Extremo Oriente).
O terceiro satélite a ser lançado, AmeriStar,
cobirrá a América Latina e o Caribe.
É utilizada a banda L (1467-1492 MHz), com uplinks em 7 GMz.
A tecnologia de compressão usada é o MPEG 2.5 Layer 3.
O feixe de dados é dividido em sub-canais multiplexados no tempo.
Cada sub-canal de transmissão digital usa uma taxa de 16 kbits/s,
sendo que cada emissão pode usar ocupar 1, 2, 4 ou 8 sub-canais.
As transmissões na taxa mais alta (128 kbits/s) possuem uma qualidade
de áudio muito boa, enquanto o uso de apenas um sub-canal (16 kbits/s)
assemelha-se a um sinal em ondas médias de baixa qualidade.
Os sistemas digitais acima estão sendo utilizados no exterior, mas
no Brasil não há a previsão de implantação
do "rádio digital".
Discussões técnicas ainda estão em curso.
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